Páginas

sexta-feira, 18 de março de 2011

Carta do Superior Geral para a Quaresma


A todos os membros da Família Vicentina

Queridos Irmãos e Irmãs,


Que a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo preencha os vossos corações agora e sempre!
Escrevendo esta carta da Quaresma para 2011, estou muito consciente dos frutos do ano jubilar que celebramos pelo 350º aniversário da morte de São Vicente e Santa Luísa. Espero que este ano nos permita aprofundar nossa relação com Deus, nossas relações entre nós como Família Vicentina, e em particular com os nossos Senhores e Mestres, os Pobres.
Como é do nosso conhecimento, a Quaresma é um tempo intenso para examinar nossas relações pessoais, na consciência de nossos limites e de nossas faltas. Sobretudo, é um tempo para nos voltarmos para os outros, e com certeza para Deus, para curar nossas relações, a fim de que nossos corações possam ser novamente preenchidos e transbordantes de Sua compaixão.
Recentemente, participei de uma oficina que a Comunidade de Santo Egídio organiza a pedido dos Bispos e amigos de Santo Egídio. O fundador deste magnífico movimento leigo, Andrea Riccardi, abriu o encontro com um discurso que se dirigia a todos os participantes mas, sobretudo aos Bispos, como pastores da Igreja. Ele tomou o Papa João Paulo II como modelo para os Bispos. O ponto essencial de sua partilha foi o exemplo que João Paulo II dava como homem de encontros, especialmente em seus encontros com Deus e com os pobres. É interessante ver que os Bispos presentes, em seus comentários, ficaram edificados por esta reflexão simples, porém profunda. Eu mesmo fiquei edificado, mas meditei sobre o fato de que, em si, não havia nada que já não soubéssemos. Isto é, que o próprio Jesus Cristo nos ensinou; e como discípulos, somos chamados a imitá-Lo em sua relação única com o Pai e também, a imitar sua maneira de ir ao encontro das pessoas marginalizadas da sociedade.
Certamente, nosso próprio fundador, São Vicente de Paulo, nos chama a este encontro com Deus quando diz: "Dai-me um homem de oração e ele será capaz de tudo!" . Chama-nos a esta profunda relação com o Pai, como era a do próprio Jesus. São Vicente nos diz também que: “a verdadeira religião, nós a encontramos entre os pobres” ; em outras palavras, neste encontro profundo com Deus, fazemos igualmente a experiência do nosso encontro com os pobres. E, como São Vicente no-lo afirma claramente, entre os pobres encontramos nossa salvação. Enquanto membros da Família Vicentina, peço que examinemos o duplo aspecto desta relação com Deus e com os pobres durante esta Quaresma.
Padre Gregory Gay,CM