Padre Alexandre Nahass
Estou atualmente a serviço do Conselho Nacional dos Vicentinos como assessor espiritual. Sou de Campina Verde/MG. Sou o quarto filho de uma família de cinco irmãos. Também sou um filho de São Vicente de Paulo. Como vocês, além de sacerdote, também sou um missionário vicentino.
O lema deste 23º AVIV é “Caridade como força da evangelização”.
Estamos vivendo o ano jubilar (350 anos de morte de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac). E este ano nos ajuda a viver bem essa realidade vicentina. Com ele, percebemos esse conjunto de pessoas que abraçam o carisma vicentino. Quantas pessoas estão engajadas neste serviço aos mais necessitados, aos pobres!
Olhando para São Vicente de Paulo e para Santa Luísa de Marillac, cujas relíquias se encontram aqui conosco nesse evento, percebemos que esses dois santos continuam “teimando” em viver. E por que eu afirmo isso? Porque eles morreram há 350 anos atrás. Mas nós não perdemos São Vicente e Santa Luísa! Para nós, vicentinos, eles continuam vivos em suas obras, em nossa memória e em nosso coração. Neste ano jubilar nós resgatamos a memória deste dois santos tão presentes no coração da família vicentina.
São Vicente e Santa Luísa nos levam a compreender que pobreza não é castigo de Deus. Isso é muito sério! Pobreza é bem mais do que isso: é a consequência de estruturas injustas da nossa sociedade e pela sociedade.
São Vicente e Santa Luísa foram pessoas frágeis. São Vicente queria o sacerdócio para um “carreirismo”. A princípio, quando buscou o sacerdócio, São Vicente não pensava em servir mas antes em seu bem-estar pessoal. Santa Luísa, por sua vez, vinha de uma família com bons rendimentos. Mas estava muito confusa no seu projeto de vida. E daí acontece que São Vicente, no seu encontro com os pobres, e Santa Luísa, tendo São Vicente como seu diretor espiritual, acabou sendo convidada por ele a trabalhar pelos mais necessitados.
Por isso que neste ano jubilar nós não temos que nos preocupar em repetir o que esses dois santos fizeram mas, não repetindo, precisamos ter uma fidelidade criativa no serviço aos pobres. Mais do que ficarmos preocupados com o andamento de nossas Conferências, é necessário sempre escutar o que esses dois santos nos ensinam.
O animador desse encontro me chamou a atenção quando disse que nós, vicentinos, chegamos onde a televisão não chega. E é verdade. Eu mesmo testemunhei o fato de que, numa realidade de violência e de tráfico de drogas em Belo Horizonte (embaixo de um viaduto), ali chegou uma Conferência Vicentina e tocou naquela realidade a qual tanto temos medo.
"Os pobres precisam estar na base de todas as nossas escolhas"
Estou atualmente a serviço do Conselho Nacional dos Vicentinos como assessor espiritual. Sou de Campina Verde/MG. Sou o quarto filho de uma família de cinco irmãos. Também sou um filho de São Vicente de Paulo. Como vocês, além de sacerdote, também sou um missionário vicentino.
O lema deste 23º AVIV é “Caridade como força da evangelização”.
Estamos vivendo o ano jubilar (350 anos de morte de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac). E este ano nos ajuda a viver bem essa realidade vicentina. Com ele, percebemos esse conjunto de pessoas que abraçam o carisma vicentino. Quantas pessoas estão engajadas neste serviço aos mais necessitados, aos pobres!
Olhando para São Vicente de Paulo e para Santa Luísa de Marillac, cujas relíquias se encontram aqui conosco nesse evento, percebemos que esses dois santos continuam “teimando” em viver. E por que eu afirmo isso? Porque eles morreram há 350 anos atrás. Mas nós não perdemos São Vicente e Santa Luísa! Para nós, vicentinos, eles continuam vivos em suas obras, em nossa memória e em nosso coração. Neste ano jubilar nós resgatamos a memória deste dois santos tão presentes no coração da família vicentina.
São Vicente e Santa Luísa nos levam a compreender que pobreza não é castigo de Deus. Isso é muito sério! Pobreza é bem mais do que isso: é a consequência de estruturas injustas da nossa sociedade e pela sociedade.
São Vicente e Santa Luísa foram pessoas frágeis. São Vicente queria o sacerdócio para um “carreirismo”. A princípio, quando buscou o sacerdócio, São Vicente não pensava em servir mas antes em seu bem-estar pessoal. Santa Luísa, por sua vez, vinha de uma família com bons rendimentos. Mas estava muito confusa no seu projeto de vida. E daí acontece que São Vicente, no seu encontro com os pobres, e Santa Luísa, tendo São Vicente como seu diretor espiritual, acabou sendo convidada por ele a trabalhar pelos mais necessitados.
Por isso que neste ano jubilar nós não temos que nos preocupar em repetir o que esses dois santos fizeram mas, não repetindo, precisamos ter uma fidelidade criativa no serviço aos pobres. Mais do que ficarmos preocupados com o andamento de nossas Conferências, é necessário sempre escutar o que esses dois santos nos ensinam.
O animador desse encontro me chamou a atenção quando disse que nós, vicentinos, chegamos onde a televisão não chega. E é verdade. Eu mesmo testemunhei o fato de que, numa realidade de violência e de tráfico de drogas em Belo Horizonte (embaixo de um viaduto), ali chegou uma Conferência Vicentina e tocou naquela realidade a qual tanto temos medo.
"Os pobres precisam estar na base de todas as nossas escolhas"
A Palavra de Deus em I Coríntios 13,1-8 afirma o seguinte: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará”.
O amor, aqui, é colocado com o nome de caridade. Esta caridade que é a força da evangelização. Ela é a essência da vida cristã. É a graça de poder experimentar Deus na própria vida. Muitas vezes somos muito imediatistas em nossos trabalhos e queremos logo resolver as situações de pobreza com as quais nos deparamos. E não vamos percebendo, através da caridade, os sinais dos tempos. Para nós, vicentinos, a força da evangelização está intimamente ligada à caridade.
São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac
O amor, aqui, é colocado com o nome de caridade. Esta caridade que é a força da evangelização. Ela é a essência da vida cristã. É a graça de poder experimentar Deus na própria vida. Muitas vezes somos muito imediatistas em nossos trabalhos e queremos logo resolver as situações de pobreza com as quais nos deparamos. E não vamos percebendo, através da caridade, os sinais dos tempos. Para nós, vicentinos, a força da evangelização está intimamente ligada à caridade.
São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac
Antes de fazermos missão, precisamos permanecer em estado de missão. Não há missão sem despojamento. É preciso despojar-se. Não há missão sem conhecer aquela realidade para onde somos enviados. É preciso curvar-se ante essa realidade. Conhecê-la em sua necessidade.
Como que nós podemos reviver esse espírito vicentino da caridade e da missão após 350 anos? A resposta está no fato de que nós seguimos Jesus Cristo, evangelizador, servidor e libertador dos pobres. Com toda a Igreja, nós fazemos a opção preferencial pelos pobres. E, como vicentinos, a nossa opção é radical. Os pobres precisam estar na base de todas as nossas escolhas.
O que nós, vicentinos, viemos fazer aqui na Terra? Viemos assistir aos pobres. Precisamos ter sempre em mente aquela passagem do Bom Samaritano. Aprendemos com essa passagem a termos uma caridade compassiva. A nossa caridade não é feita por números, portanto, não adianta envaidecer-se e afirmar: “Eu tenho mais de sessenta famílias assistidas”. Não! A nossa caridade é personalizada.
Os pobres não são apenas o objeto do nosso zelo. Eles são os sujeitos da nossa evangelização. E isso é muito importante ter em mente. Os pobres são pessoas humanas dotadas de dignidade. A caridade é a força da evangelização. E queremos encerrar esta nossa reflexão cantando o refrão daquela música que diz: Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão. Cantemos!
Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira
Como que nós podemos reviver esse espírito vicentino da caridade e da missão após 350 anos? A resposta está no fato de que nós seguimos Jesus Cristo, evangelizador, servidor e libertador dos pobres. Com toda a Igreja, nós fazemos a opção preferencial pelos pobres. E, como vicentinos, a nossa opção é radical. Os pobres precisam estar na base de todas as nossas escolhas.
O que nós, vicentinos, viemos fazer aqui na Terra? Viemos assistir aos pobres. Precisamos ter sempre em mente aquela passagem do Bom Samaritano. Aprendemos com essa passagem a termos uma caridade compassiva. A nossa caridade não é feita por números, portanto, não adianta envaidecer-se e afirmar: “Eu tenho mais de sessenta famílias assistidas”. Não! A nossa caridade é personalizada.
Os pobres não são apenas o objeto do nosso zelo. Eles são os sujeitos da nossa evangelização. E isso é muito importante ter em mente. Os pobres são pessoas humanas dotadas de dignidade. A caridade é a força da evangelização. E queremos encerrar esta nossa reflexão cantando o refrão daquela música que diz: Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão. Cantemos!
Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira