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terça-feira, 18 de maio de 2010

Farmácia Paroquial pede ajuda para manter estoque

Matheus Casagrande
Folha de Votorantim

Qualquer pessoa pode ajudar com doações de remédios
Perto de completar 15 anos de sua fundação, a Farmácia Paroquial Nossa Senhora das Dores é um trabalho consolidado na cidade. Mas isso não significa que seus sete voluntários não enfrentem dificuldades para manter o projeto vivo.
A farmácia funciona em sala anexa ao estacionamento da Igreja São João Batista e Imaculada Conceição, no centro. Atende nas terças e quintas-feiras, das 15 horas às 16h30 – este é o horário que dispõem os dois atendentes, Daniel Moreira e Souza e a farmacêutica Jussara de Arruda Andrade, em meio ao expediente em suas respectivas ocupações.
A média de atendimento a cada dia de abertura é de 40 a 45 pessoas. A entrega de medicamentos é realizada apenas sob prescrição médica. Atualmente, a farmácia atende a apenas uma receita por pessoa. “Já chegamos a atender 60 pessoas em um dia. Atendemos gente de todas as partes da cidade e até de Sorocaba”, comenta Ana Kriguer, coordenadora do programa há quatro anos.
O estoque é mantido principalmente com doações, além dos bazares da pechincha, realizados em média uma vez por mês (o último aconteceu na quinta-feira). Para cada pessoa atendida, os voluntários pedem a contribuição simbólica de R$ 2. “De vez em quando recebemos doações anônimas, que nos dão fôlego a manter o projeto”, acrescenta Dona Ana.
Há ainda doações da Comas (Comissão Municipal de Assistência Social) e também de medicamentos de pessoas da comunidade. Ela aproveita para pedir às pessoas que “não deixem perder remédio em casa”. “Muitas vezes, a pessoa compra uma cartela de antibióticos, por exemplo, e não usa tudo. Ela pode, antes de perder o prazo de validade, doar para a gente”, sugere Ana Kriguer.
Os interessados em colaborar podem ir à farmácia em seus dias de atendimento ou à secretaria da igreja, de segunda a sexta-feira, das 13 às 18 horas.
Os remédios são regularmente vistoriados. “Não entregamos em hipótese alguma remédio com a validade vencida”, garante a voluntária. Os medicamentos irregulares são entregues à prefeitura, que faz o devido descarte. Conforme observa Jussara, os medicamentos mais procurados são os de uso contínuo. Mas também por muitas vezes o remédio procurado não está disponível no estoque.
“Enfatizamos que nosso atendimento é voltado a crianças carentes”, diz a coordenadora, que não deixa de admitir que por vezes sente que tem pessoas abastadas que vão à farmácia procurar remédios. “O que vamos fazer? Não podemos falar não.”
Atendidos
Marlene da Silva Parejo esteve na farmácia pela primeira vez na última quinta-feira. Ela ficou sabendo do trabalho por uma conhecida. Seu esposo realizou uma angioplastia (cirurgia no coração) no último dia 19. Desde então, ele precisa tomar várias medicações até outubro.
Dos sete remédios prescritos na receita que carregava, Marlene encontrou dois na Farmácia Paroquial. “Me ajuda bastante. Se eu tivesse que comprar todos, ia ficar muito difícil”, ela diz.
“É bom porque alivia nossos gastos. Sabe como é, eu sou aposentada. Tenho que tomar muito remédio e recebo pouco”, diz Altina Nea Paiva, moradora do Jardim Serrano 2, sobre a farmácia comunitária, para a qual ela recorre já há vários anos. Ela faz uso de vários remédios de uso contínuo.
Isabel Cristina Ferreira foi à farmácia paroquial porque seu filho, de 8 meses, estava com gripe e dor de ouvido. “Faz dois meses que venho aqui. Fiquei sabendo pela minha vizinha”, afirma a dona de casa, que tem também uma filha de 5 anos. “Quando encontro o remédio, é muito bom. Principalmente quando o medicamento é caro”, ela observa.
Histórico
A Farmácia Paroquial Nossa Senhora das Dores foi fundada em 15 de setembro de 1995. “Era uma intenção do padre João Alfredo, pároco na época, ao notar uma carência existente na comunidade. Muita gente vinha pedir remédio aqui”, se recorda Ana Kriguer.
A primeira coordenadora foi a Dona Antonia Mendes Gonçalves. Entre as voluntárias, a senhora Leonilda Poaini Primo contabiliza 14 anos. “A gente faz tudo isso por amor”, ela diz.
O projeto sempre contou com um farmacêutico responsável. A farmácia chegou a abrir as portas todos os dias, em horário comercial, mas os responsáveis resolveram abolir. “O atendente era remunerado. Preferimos abrir por menos tempo e, com aquele dinheiro, adquirir mais medicamentos”, observa a atual coordenadora.

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