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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Sociedade de São Vicente de Paulo e as eleições 2010

Há relação entre fé e religião? O primeiro vice-presidente do Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo, Kaike Daivid, explica que sim, em um artigo que reflete sobre o papel do vicentino nas eleições de 2010. Leia o texto abaixo, na íntegra:

A Sociedade de São Vicente de Paulo e as eleições 2010
Aproximamo-nos de mais um pleito eleitoral. Em outubro deste ano, vamos às urnas para eleger Deputados Estaduais e Federais; Senadores; Governadores e o(a) Presidente(a) da República. Um grande momento cívico e de consolidação da Democracia Brasileira.
O tempo passa tão rápido que, muitas vezes, não percebemos que estamos caminhando para escolher pela sexta vez o presidente do Brasil, após a redemocratização do país. É um momento que conta com a participação de todos nós, homens e mulheres brasileiros, que somos chamados a usar o voto pela definição dos caminhos de nossos Estados e País.
Nesta época, sempre chegam ao Conselho Nacional do Brasil as dúvidas e pedidos de esclarecimentos sobre a participação da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) e, principalmente dos vicentinos, neste momento de eleição em nosso país. Acompanhamos uma série de debates e, muitas vezes, orientações e atos errados de nossos pares e até mesmo de nossos dirigentes vicentinos.
Precisa ficar claro para todos que somos seres políticos e devemos estar na caminhada política para também ajudarmos nossos Pobres. Ozanam tinha consciência que era preciso amar e servir aos Pobres, mas que era preciso buscar mecanismos para eliminar as causas geradoras da pobreza.
Acompanhamos com alegria a Igreja, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participando e, acima de tudo, liderando projetos que visam melhorar nosso sistema político (vejamos o projeto recente que acaba de ser votado no Congresso Nacional, conhecido como “Ficha Limpa”, que proíbe a candidatura de cidadãos com algum tipo de ação contra eles na Justiça Nacional). A Igreja mostra sua preocupação e motivação para que cristãos atuantes, que se sintam vocacionados para a vida política, possam participar ativamente da vida Política de suas nações.
O que a SSVP não quer e não aceita é a partidarização em nosso meio, em nossa instituição. É normal que os nossos membros tenham suas opções políticas partidárias, o que não pode é a SSVP tomar posições partidárias. Pode sim ter suas posições políticas (entende-se por política a prática do Bem Comum), mas não assumindo uma candidatura como oficial da SSVP. Não concedendo espaço para propaganda política em nossos órgãos de comunicação ou nossos eventos (que é inclusive proibido pela Justiça Eleitoral).
Não podemos mais permanecer inertes à tomada dos cargos políticos eletivos por pessoas que não têm compromisso com o Evangelho e com os Pobres. Não queremos políticos que imaginam ficar bem com a SSVP por propor leis que criam ruas ou escolas com nomes de Ozanam e Vicente de Paulo. Não basta para nós, políticos que julgam nos agradar por propor títulos de destaques para vicentinos. O que queremos são agentes políticos preocupados em trabalhar por construir um mundo mais justo e mais humano, principalmente para os Pobres, no caso de cargos executivos. E de políticos que possam fiscalizar e propor leis que beneficiem a parte mais sofrida da sociedade, os Pobres e miseráveis, no caso de eleitos para o poder legislativo. Podemos e precisamos exigir mais de nossos representantes políticos.
A SSVP, por meio do Conselho Nacional do Brasil, deu passos importantes para uma melhor orientação sobre nossa participação política. Como nosso espaço é pequeno, peço que todos busquem com o CNB, ou junto a seus Metropolitanos, a cartilha ‘O Vicentino e a Política. Orientações básicas’. Ela traz orientações importantes para nossa participação política. Sugiro que todos tenham conhecimento e façam sua leitura.
Que possamos buscar, por meio das eleições de 2010, construir um país cada vez melhor, mais justo e, principalmente, melhor e mais justo para os Pobres, nossos Senhores e Mestres. Que nosso voto seja também uma importante ferramenta para a prática da Caridade.

Fonte: da redação do SSVPBRASIL